Muitas vezes, ficamos sem saber o que falar sobre as partidas finais. Parece, em nossa sociedade, que é extremamente preciso falar alguma coisa. A intenção maior por trás dessa possível verbalização é a necessidade de abrandar a dor.
É difícil olhar o sofrimento, porque a condição de estar do outro afeta nossa condição de ser. Nesse entrelaçamento de afetos, a vivência do luto se configura.
Cada qual com sua disponibilidade, cada qual com sua necessidade!
A morte é um fato que gera incômodos existenciais em todos nós. Por esse caminho, vamos aprendendo que, às vezes, ou na maioria dos fatos, não precisamos expressar palavras, basta olhar, abraçar, estar ao lado. Talvez afazeres simples que tragam cuidado a quem, no momento, não consegue fazer.
Com isso, o tempo vai passando e quem sabe as dores darão lugar a espaços de calmaria. Tudo vai ganhando outros sentidos. Portanto, na preocupação no que dizer tente compreender o que o outro tem a expressar, quantas vezes ele precisar! A escuta pode, muitas vezes, ser mais potente que a fala.